Saturday, January 23, 2016

Um poema, de trinta, sobre Fez

Fez amada
Fez traída
Fez esquecida, enviada num cargueiro
Rumo a Veneza
Pra lavar os muros e pavimentar as ruas.

Fez é uma noite de Sherazade
Coim seus palácios deteriorados
Suas vielas infinitas
Com suas pedras
Suas palavras, seus versículos e suas estrelas depostas.

Fez circula no Cairo, a saia fendida, o busto nu.
Fez se instala no mercado de Sana'a
E enxuga as balas da guerra

Fez viaja
e deixa seus ouropéis
Por todo lado quando atacada de asma.


-Tahar ben Jelloun, trad. Cláudia Falluh Balduíno Ferreira



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