Almost a slaughter
Are you, granddaughter
of a faraway war.
With your smile that flashes knife-like
Like a blade that was drawn in anger
And turns and twists, reaching inside
The guts of this sorry loser.
With your killing legs and gait
With your mind that's sharper than that
(And that, too)
With your eyes, a bittersweet poison
That turns hemlock green(er) with envy
A carnage, a genocide,
Massenmord
Porcarias de minha lavra e pérolas da lavra alheia. Quando tem tradução, é minha a não ser quando indicado.
Wednesday, December 30, 2009
Monday, December 28, 2009
Kitab alif layla wa layla - al'f layla zaer
Em nome de Alá o misericordioso, cheio de misericórdia:
Há muito, muito tempo atrás - antes que o Profeta, a paz esteja com ele, tivesse recebido sua mensagem de fogo da espada do Arcanjo, nos tempos em que os filhos de Ismael ainda vagavam sem língua nem letra pelo deserto, vivia uma mulher.
Como os outros, essa mulher não tinha um nome, e não sabia que as pessoas podiam ter nomes. Ás vezes, em sua casa no topo de um monte cheio de vinhedos, olhava para as estrelas, e pensava nelas; mas o que se pode pensar sem palavras é difícil de comunicar àqueles que sorveram palavras com o leite de suas mães, e bem pobre é a minha própria língua, de modo que permanecerão secretos os pensamentos secretos da mulher sem nome, deitada na pedra entre as estrelas e seu morro.
Deitada nua, olhando para a noite, algo saído da noite olhou para ela de volta, e o que viu lhe agradou. Porque era bela além do atingível, a filha de Ismael: suas pernas como as da gazela que escapou aos leões; sua cintura, como a de uma guitarra que escapou ao incêndio; seus seios prometiam um perfume mais doce do que os dos cachos de uvas que apenas começavam a murchar sob o sol; e os cabelos negros lhe cobriam a pele, num toque que levava a loucura aos homens.
Aquele que olhava da noite era um Djinn, um ifrit daqueles que, em tempos ainda mais remotos, na madrugada do mundo, haviam rejeitado Alá, se recusado a obedecer aos anjos. Feito de fumaça e de um fogo sutil, ele havia escapado às lanças celestes, e há tempos vagava pelos mares e ilhas, se divertindo em fazer mal aos homens, que são os filhos prediletos de Deus. Na noite em que se passa esta estória, tinha acabado de vir do mar dos romanos, onde uma enorme nau de guerra queimara por sua mão; e ainda ria dos gritos dos gregos implorando misericórdia, e das bocarras abertas dos tubarões, quando viu a filha de Ismael, nua sobre a pedra.
Naquele momento, o ifrit se emudeceu, enquanto o desejo corria por seu corpo de fumaça e sombra. A gargalhada cruel se extinguiu de sua essência, a nuvem luminosa se afogou nos olhos negros. E o shaitan se aproximou, na forma de uma nuvem escura, da ismaelita deitada que olhava para a noite. O toque dele, mais suave do que o fogo que não queima, não foi sentido por ela, apesar de passar por todas as curvas e por todas as cavidades de seu corpo. Quando retirou-se, o Djinn era uma nuvem cambaleante, embriagada; e o cheiro do sexo da mulher da colina das uvas, e o cheiro de sua boca e de seus cabelos, o de suas axilas e de seus pés, ele levou consigo, sem perceber o que tinha feito.
Assim, a mulher sem nome se tornou, também, a mulher sem cheiro. No começo, ela não reparou no que tinha acontecido (porque não reparamos em nossos próprios cheiros, na maior parte do tempo; e isso era mais verdade ainda então, quando as pessoas se alojavam junto às cabras e dormiam com os jumentos, e juntavam o excremento dos animais para queimar em suas casas). Mas um dia, tendo tomado banho no rio que corria em seu monte, e esperando o cheiro feito de ausências que sai de nós após o banho, ela percebeu, e muito se assustou.
Naqueles tempos, os filhos de Ismael ainda não haviam recebido a Lei, então ela não pensou em demônios ou que havia sido punida pelos seus pecados, como os homens de fé fariam nos dias de hoje. Nem, como os doutos fazem, interrogou ela com raios e facas seu corpo, para saber o que tinha acontecido. Simplesmente se deitou novamente, à noite, olhando as estrelas, e perguntou a elas sobre sua condição. Vocês devem saber que as estrelas, então, não eram mais propensas a falar do que hoje; e no brilho oscilante delas, quem falou foi a imaginação da mulher, que criou para si das estrelas um ladrão de cheiros. E porque as coisas mais belas que ela já havia visto eram o próprio reflexo num lago, e um colibri que se inebriava nas garrafas de vinho, ela fez esse ladrão à própria imagem, esguio de corpo e amplo de ombro, com olhos negros como a noite, mas com, no lugar dos cabelos, penas azuis que lhe desciam do escalpo, juntando-se às penas azuis das grandes e irrequietas asas.
Enquanto a mulher sonhava com seu ladrão imaginário, o verdadeiro ladrão, o djinn, que nada sabia da necessidade que têm os filhos de adão de dormir e sonhar, se embriagava com os cheiros que tinha roubado, e se indagava que nova emoção era aquela. Até então, ele nunca sentira nada além de desprezo, de ódio, talvez de pena pelos homens, criados do barro e que ele considerava seus inferiores como o barro é inferior ao fogo sutil do qual ele fora feito. Mas a mulher do monte de videiras devia ser uma bruxa poderosa - era isso! Ela o havia enfeitiçado, e os cheiros aprazíveis que tinha roubado eram a ferramenta do feitiço, a corrente com a qual ela gostaria de submetê-lo! Decidido a devolver os cheiros de sexo e axila, cabelo e pé e boca, o Djinn se afastou de sua montanha, e a sua vinda, cheio de raiva e fogo, era como uma grande nuvem sobre os campos, que aterrorizava os homens. Ele pretendia destruir a bruxa que lhe havia enfeitiçado, e para isso se armou de muitas armas terríveis, para as quais mesmo hoje não há nomes nas línguas de homens e anjos.
Ao chegar perto do morro, entretanto, a prudência lhe fez ocultar sua fúria, e foi novamente sob a forma de uma nuvem invisível que ele se aproximou da ismaelita que sonhava, como se não fosse mais do que o orvalho noturno. E, de posse mais uma vez de seus cheiros, ainda mais desejável ela se tornou ao djinn, e desejo e fúria se misturaram nele, fazendo com que ele se esquecesse da prudência, e acariciasse todo o corpo da mulher, que parecia a ele feito de cobre e da noite, e enquanto ele fazia isso, a mulher sonhava com seu ladrão-estrela, sem saber que era uma nuvem terrível que lhe envolvia os mamilos, que deixava gotas quentes e cócegas em sua barriga, apenas para substituí-las pelo gelo das alturas sem ar; que se inseria como uma língua em sua boca e em seu sexo, e afastava suas pernas e nádegas. E num frenesi final de desejo pela ismaelita, o djinn finalmente, não se contendo, penetrou-a completamente, e deixou assim de existir, e com ele pereceram toda sua ameaça, e todas as suas armas terríveis, e o medo que ele causava nos filhos de Eva.
Mas a mulher ganhou, penetrada pela nuvem noturna, as línguas e as letras, que antes eram desconhecidos; e pôde dar nomes às coisas à sua volta, e a primeira palavra que ela cunhou foi o nome para o ladrão com que sonhara, e a segunda o nome para a criança, luminosa, que carregava em seu ventre. E dessa criança, e da mulher, outras estórias foram contadas, mas esta acaba aqui, que este velho já falou muito para uma noite, e tem sede.
Há muito, muito tempo atrás - antes que o Profeta, a paz esteja com ele, tivesse recebido sua mensagem de fogo da espada do Arcanjo, nos tempos em que os filhos de Ismael ainda vagavam sem língua nem letra pelo deserto, vivia uma mulher.
Como os outros, essa mulher não tinha um nome, e não sabia que as pessoas podiam ter nomes. Ás vezes, em sua casa no topo de um monte cheio de vinhedos, olhava para as estrelas, e pensava nelas; mas o que se pode pensar sem palavras é difícil de comunicar àqueles que sorveram palavras com o leite de suas mães, e bem pobre é a minha própria língua, de modo que permanecerão secretos os pensamentos secretos da mulher sem nome, deitada na pedra entre as estrelas e seu morro.
Deitada nua, olhando para a noite, algo saído da noite olhou para ela de volta, e o que viu lhe agradou. Porque era bela além do atingível, a filha de Ismael: suas pernas como as da gazela que escapou aos leões; sua cintura, como a de uma guitarra que escapou ao incêndio; seus seios prometiam um perfume mais doce do que os dos cachos de uvas que apenas começavam a murchar sob o sol; e os cabelos negros lhe cobriam a pele, num toque que levava a loucura aos homens.
Aquele que olhava da noite era um Djinn, um ifrit daqueles que, em tempos ainda mais remotos, na madrugada do mundo, haviam rejeitado Alá, se recusado a obedecer aos anjos. Feito de fumaça e de um fogo sutil, ele havia escapado às lanças celestes, e há tempos vagava pelos mares e ilhas, se divertindo em fazer mal aos homens, que são os filhos prediletos de Deus. Na noite em que se passa esta estória, tinha acabado de vir do mar dos romanos, onde uma enorme nau de guerra queimara por sua mão; e ainda ria dos gritos dos gregos implorando misericórdia, e das bocarras abertas dos tubarões, quando viu a filha de Ismael, nua sobre a pedra.
Naquele momento, o ifrit se emudeceu, enquanto o desejo corria por seu corpo de fumaça e sombra. A gargalhada cruel se extinguiu de sua essência, a nuvem luminosa se afogou nos olhos negros. E o shaitan se aproximou, na forma de uma nuvem escura, da ismaelita deitada que olhava para a noite. O toque dele, mais suave do que o fogo que não queima, não foi sentido por ela, apesar de passar por todas as curvas e por todas as cavidades de seu corpo. Quando retirou-se, o Djinn era uma nuvem cambaleante, embriagada; e o cheiro do sexo da mulher da colina das uvas, e o cheiro de sua boca e de seus cabelos, o de suas axilas e de seus pés, ele levou consigo, sem perceber o que tinha feito.
Assim, a mulher sem nome se tornou, também, a mulher sem cheiro. No começo, ela não reparou no que tinha acontecido (porque não reparamos em nossos próprios cheiros, na maior parte do tempo; e isso era mais verdade ainda então, quando as pessoas se alojavam junto às cabras e dormiam com os jumentos, e juntavam o excremento dos animais para queimar em suas casas). Mas um dia, tendo tomado banho no rio que corria em seu monte, e esperando o cheiro feito de ausências que sai de nós após o banho, ela percebeu, e muito se assustou.
Naqueles tempos, os filhos de Ismael ainda não haviam recebido a Lei, então ela não pensou em demônios ou que havia sido punida pelos seus pecados, como os homens de fé fariam nos dias de hoje. Nem, como os doutos fazem, interrogou ela com raios e facas seu corpo, para saber o que tinha acontecido. Simplesmente se deitou novamente, à noite, olhando as estrelas, e perguntou a elas sobre sua condição. Vocês devem saber que as estrelas, então, não eram mais propensas a falar do que hoje; e no brilho oscilante delas, quem falou foi a imaginação da mulher, que criou para si das estrelas um ladrão de cheiros. E porque as coisas mais belas que ela já havia visto eram o próprio reflexo num lago, e um colibri que se inebriava nas garrafas de vinho, ela fez esse ladrão à própria imagem, esguio de corpo e amplo de ombro, com olhos negros como a noite, mas com, no lugar dos cabelos, penas azuis que lhe desciam do escalpo, juntando-se às penas azuis das grandes e irrequietas asas.
Enquanto a mulher sonhava com seu ladrão imaginário, o verdadeiro ladrão, o djinn, que nada sabia da necessidade que têm os filhos de adão de dormir e sonhar, se embriagava com os cheiros que tinha roubado, e se indagava que nova emoção era aquela. Até então, ele nunca sentira nada além de desprezo, de ódio, talvez de pena pelos homens, criados do barro e que ele considerava seus inferiores como o barro é inferior ao fogo sutil do qual ele fora feito. Mas a mulher do monte de videiras devia ser uma bruxa poderosa - era isso! Ela o havia enfeitiçado, e os cheiros aprazíveis que tinha roubado eram a ferramenta do feitiço, a corrente com a qual ela gostaria de submetê-lo! Decidido a devolver os cheiros de sexo e axila, cabelo e pé e boca, o Djinn se afastou de sua montanha, e a sua vinda, cheio de raiva e fogo, era como uma grande nuvem sobre os campos, que aterrorizava os homens. Ele pretendia destruir a bruxa que lhe havia enfeitiçado, e para isso se armou de muitas armas terríveis, para as quais mesmo hoje não há nomes nas línguas de homens e anjos.
Ao chegar perto do morro, entretanto, a prudência lhe fez ocultar sua fúria, e foi novamente sob a forma de uma nuvem invisível que ele se aproximou da ismaelita que sonhava, como se não fosse mais do que o orvalho noturno. E, de posse mais uma vez de seus cheiros, ainda mais desejável ela se tornou ao djinn, e desejo e fúria se misturaram nele, fazendo com que ele se esquecesse da prudência, e acariciasse todo o corpo da mulher, que parecia a ele feito de cobre e da noite, e enquanto ele fazia isso, a mulher sonhava com seu ladrão-estrela, sem saber que era uma nuvem terrível que lhe envolvia os mamilos, que deixava gotas quentes e cócegas em sua barriga, apenas para substituí-las pelo gelo das alturas sem ar; que se inseria como uma língua em sua boca e em seu sexo, e afastava suas pernas e nádegas. E num frenesi final de desejo pela ismaelita, o djinn finalmente, não se contendo, penetrou-a completamente, e deixou assim de existir, e com ele pereceram toda sua ameaça, e todas as suas armas terríveis, e o medo que ele causava nos filhos de Eva.
Mas a mulher ganhou, penetrada pela nuvem noturna, as línguas e as letras, que antes eram desconhecidos; e pôde dar nomes às coisas à sua volta, e a primeira palavra que ela cunhou foi o nome para o ladrão com que sonhara, e a segunda o nome para a criança, luminosa, que carregava em seu ventre. E dessa criança, e da mulher, outras estórias foram contadas, mas esta acaba aqui, que este velho já falou muito para uma noite, e tem sede.
Friday, December 25, 2009
Merry Xmas!
It is Christmas Day in the Workhouse,
And the cold, bare walls are bright
With garlands of green and holly,
And the place is a pleasant sight;
For with clean-washed hands and faces
In a long and hungry line
The paupers sit at the table,
For this is the hour they dine.
And the guardians and their ladies,
Although the wind is east,
Have come in their furs and wrappers
To watch their charges feast;
To smile and be condescending,
Putting on pauper plates.
To be hosts at the workhouse banquet
They've paid for--with the rates.
0, the paupers are meek and lowly
With their 'Thank'ee kindly, mums!'
So long as they fill their stomachs
What matter it whence it comes?
But one of the old men mutters
And pushes his plate aside,
"Great God" he cries, "but it chokes me;
For this is the day she died!"
The guardians gazed in horror,
The master's face went white;
"Did a pauper refuse their pudding?"
"Could their ears believe aright?"
Then the ladies clutched their husbands,
Thinking the man would die,
Struck by a bolt, or something,
By the outraged One on high.
But the pauper sat for a moment,
Then rose 'mid silence grim,
For the others had ceased to chatter
And trembled in every limb:
He looked at the guardians' ladies,
Then, eyeing their lords, he said;
"I eat not the food of villains
Whose hands are foul and red;
"Whose victims cry for vengeance
From their dark, unhallowed graves."
"He's drunk," said the workhouse master,
"or else he's mad and raves."
"Not drunk or mad," cried the pauper,
"but only a haunted beast,
Who, torn by the hounds and mangled,
Declines the vulture's feast.
"I care not a curse for the guardians,
And I won't be dragged away;
Just let me have the fit out,
It's only on Christmas Day
That the black past comes to goad me
And prey on my burning brain;
I'll tell you the rest in a whisper--
I swear I won't shout again.
"Keep your hands off me, curse you!
Hear me right out to the end.
You come here to see how paupers
The season of Christmas spend;
You come here to watch us feeding,
As they watched the captured beast;
Here's why a penniless pauper
Spits on your paltry feast
"Do you think I will take your bounty
And let you smile and think
You're doing a noble action
With the parish's meat and drink?
Where is my wife, you traitors--
The poor old wife you slew?
Yes, by the God above me,
My Nance was killed by you!
"Last Winter my wife lay dying,
Starved in a filthy den.
I had never been to the parish--
I came to the parish then;
I swallowed my pride in coming!
For ere the ruin came
I held up my head as a trader,
And I bore a spotless name.
"I came to the parish, craving
Bread for a starving wife--
Bread for the woman who'd loved me
Through fifty years of life;
And what do you think they told me,
Mocking my awful grief,
That the house was open to us,
But they wouldn't give out relief.
"I slunk to the filthy alley--
'twas a cold, raw Christmas Eve--
And the bakers' shops were open,
Tempting a man to thieve;
But I clenched my fists together,
Holding my head awry,
So I came to her empty-handed
And mournfully told her why.
"Then I told her the house was open;
She had heard of the ways of "that,"
For her bloodless cheeks went crimson,
And up in her rags she sat,
Crying, 'Bide the Christmas here, John,
We've never had one apart;
I think I can bear the hunger--
The other would break my heart.'
"All through that eve I watched her,
Holding her hand in mine,
Praying the Lord and weeping
Till my lips were salt as brine;
I asked her once if she hungered,
And as she answered 'No.'
The moon shone in at the window,
Set in a wreath of snow.
"Then the room was bathed in glory,
And I saw in my darling's eyes
The faraway look of wonder
That comes when the spirit flies;
And her lips were parched and parted,
And her reason came and went.
For she raved of our home in Devon,
Where our happiest years were spent.
"And the accents, long forgotten,
Came back to the tongue once more.
For she talked like the country lassie
I woo'd by the Devon shore;
Then she rose to her feet and trembled,
And fell on the rags and moaned,
And, 'Give me a crust--I'm famished--
For the love of God,' she groaned.
"I rushed from the room like a madman
And flew to the workhouse gate,
Crying, 'Food for a dying woman!'
And the answer came, 'Too late;'
They drove me away with curses;
Then I fought with a dog in the street
And tore from the mongrel's clutches
A crust he was trying to eat.
"Back through the filthy byways!
Back through the trampled slush!
Up to the crazy garret,
Wrapped in an awful hush;
My heart sank down at the threshold,
And I paused with a sudden thrill.
For there, in the silv'ry moonlight,
My Nance lay cold and still.
"Up to the blackened ceiling
The sunken eyes were cast-
I knew on those lips, all bloodless,
My name had been the last;
She called for her absent husband--
O God! Had I known--
Had called in vain, and, in anguish,
Had died in that den alone.
"Yes, there in a land of plenty,
Lay a loving woman dead.
Cruelly starved and murdered
For a loaf of the parish bread;
At yonder gate, last Christmas,
I craved for a human life,
You, who would feed us paupers,
What of my murdered wife?
"There, get ye gone to your dinners,
Don't mind me in the least,
Think of the happy paupers
Eating your Christmas feast-
And when you recount their blessings
In your parochial way,
Say what you did for me, too,
Only last Christmas Day."
--George R. Sims (1847-1922)
And the cold, bare walls are bright
With garlands of green and holly,
And the place is a pleasant sight;
For with clean-washed hands and faces
In a long and hungry line
The paupers sit at the table,
For this is the hour they dine.
And the guardians and their ladies,
Although the wind is east,
Have come in their furs and wrappers
To watch their charges feast;
To smile and be condescending,
Putting on pauper plates.
To be hosts at the workhouse banquet
They've paid for--with the rates.
0, the paupers are meek and lowly
With their 'Thank'ee kindly, mums!'
So long as they fill their stomachs
What matter it whence it comes?
But one of the old men mutters
And pushes his plate aside,
"Great God" he cries, "but it chokes me;
For this is the day she died!"
The guardians gazed in horror,
The master's face went white;
"Did a pauper refuse their pudding?"
"Could their ears believe aright?"
Then the ladies clutched their husbands,
Thinking the man would die,
Struck by a bolt, or something,
By the outraged One on high.
But the pauper sat for a moment,
Then rose 'mid silence grim,
For the others had ceased to chatter
And trembled in every limb:
He looked at the guardians' ladies,
Then, eyeing their lords, he said;
"I eat not the food of villains
Whose hands are foul and red;
"Whose victims cry for vengeance
From their dark, unhallowed graves."
"He's drunk," said the workhouse master,
"or else he's mad and raves."
"Not drunk or mad," cried the pauper,
"but only a haunted beast,
Who, torn by the hounds and mangled,
Declines the vulture's feast.
"I care not a curse for the guardians,
And I won't be dragged away;
Just let me have the fit out,
It's only on Christmas Day
That the black past comes to goad me
And prey on my burning brain;
I'll tell you the rest in a whisper--
I swear I won't shout again.
"Keep your hands off me, curse you!
Hear me right out to the end.
You come here to see how paupers
The season of Christmas spend;
You come here to watch us feeding,
As they watched the captured beast;
Here's why a penniless pauper
Spits on your paltry feast
"Do you think I will take your bounty
And let you smile and think
You're doing a noble action
With the parish's meat and drink?
Where is my wife, you traitors--
The poor old wife you slew?
Yes, by the God above me,
My Nance was killed by you!
"Last Winter my wife lay dying,
Starved in a filthy den.
I had never been to the parish--
I came to the parish then;
I swallowed my pride in coming!
For ere the ruin came
I held up my head as a trader,
And I bore a spotless name.
"I came to the parish, craving
Bread for a starving wife--
Bread for the woman who'd loved me
Through fifty years of life;
And what do you think they told me,
Mocking my awful grief,
That the house was open to us,
But they wouldn't give out relief.
"I slunk to the filthy alley--
'twas a cold, raw Christmas Eve--
And the bakers' shops were open,
Tempting a man to thieve;
But I clenched my fists together,
Holding my head awry,
So I came to her empty-handed
And mournfully told her why.
"Then I told her the house was open;
She had heard of the ways of "that,"
For her bloodless cheeks went crimson,
And up in her rags she sat,
Crying, 'Bide the Christmas here, John,
We've never had one apart;
I think I can bear the hunger--
The other would break my heart.'
"All through that eve I watched her,
Holding her hand in mine,
Praying the Lord and weeping
Till my lips were salt as brine;
I asked her once if she hungered,
And as she answered 'No.'
The moon shone in at the window,
Set in a wreath of snow.
"Then the room was bathed in glory,
And I saw in my darling's eyes
The faraway look of wonder
That comes when the spirit flies;
And her lips were parched and parted,
And her reason came and went.
For she raved of our home in Devon,
Where our happiest years were spent.
"And the accents, long forgotten,
Came back to the tongue once more.
For she talked like the country lassie
I woo'd by the Devon shore;
Then she rose to her feet and trembled,
And fell on the rags and moaned,
And, 'Give me a crust--I'm famished--
For the love of God,' she groaned.
"I rushed from the room like a madman
And flew to the workhouse gate,
Crying, 'Food for a dying woman!'
And the answer came, 'Too late;'
They drove me away with curses;
Then I fought with a dog in the street
And tore from the mongrel's clutches
A crust he was trying to eat.
"Back through the filthy byways!
Back through the trampled slush!
Up to the crazy garret,
Wrapped in an awful hush;
My heart sank down at the threshold,
And I paused with a sudden thrill.
For there, in the silv'ry moonlight,
My Nance lay cold and still.
"Up to the blackened ceiling
The sunken eyes were cast-
I knew on those lips, all bloodless,
My name had been the last;
She called for her absent husband--
O God! Had I known--
Had called in vain, and, in anguish,
Had died in that den alone.
"Yes, there in a land of plenty,
Lay a loving woman dead.
Cruelly starved and murdered
For a loaf of the parish bread;
At yonder gate, last Christmas,
I craved for a human life,
You, who would feed us paupers,
What of my murdered wife?
"There, get ye gone to your dinners,
Don't mind me in the least,
Think of the happy paupers
Eating your Christmas feast-
And when you recount their blessings
In your parochial way,
Say what you did for me, too,
Only last Christmas Day."
--George R. Sims (1847-1922)
Saturday, December 19, 2009
Soneto XIII
My mistress' eyes are nothing like the sun;
Coral is far more red than her lips' red;
If snow be white, why then her breasts are dun;
If hairs be wires, black wires grow on her head.
I have seen roses damask'd, red and white,
But no such roses see I in her cheeks;
And in some perfumes is there more delight
Than in the breath that from my mistress reeks.
I love to hear her speak, yet well I know
That music hath a far more pleasing sound;
I grant I never saw a goddess go;
My mistress, when she walks, treads on the ground:
And yet, by heaven, I think my love as rare
As any she belied with false compare.
-W. Shakespeare
Coral is far more red than her lips' red;
If snow be white, why then her breasts are dun;
If hairs be wires, black wires grow on her head.
I have seen roses damask'd, red and white,
But no such roses see I in her cheeks;
And in some perfumes is there more delight
Than in the breath that from my mistress reeks.
I love to hear her speak, yet well I know
That music hath a far more pleasing sound;
I grant I never saw a goddess go;
My mistress, when she walks, treads on the ground:
And yet, by heaven, I think my love as rare
As any she belied with false compare.
-W. Shakespeare
Thursday, December 17, 2009
O que é a poesia?
It's a whistle blown ripe in a trice,
It's the cracking of ice in a gale,
It's a night that turns green leaves to ice,
It's a duel of two nightingales.
It is sweet-peas run gloriously wild,
It's the world's twinking tears in the pod,
It is Figaro like hot hail hurled
From the flutes on the wet flower bed.
It is all that the night hopes to find
On the bottom of deep bathing pools,
It's the star carried to the fish-pond
In your hands, wet and trembling and cool.
This close air is as flat as the boards
In the pond. The sky's flat on its face.
It would be fun if these stars guffawed-
But the universe is a dull place.
B.L.Pasternak
It's the cracking of ice in a gale,
It's a night that turns green leaves to ice,
It's a duel of two nightingales.
It is sweet-peas run gloriously wild,
It's the world's twinking tears in the pod,
It is Figaro like hot hail hurled
From the flutes on the wet flower bed.
It is all that the night hopes to find
On the bottom of deep bathing pools,
It's the star carried to the fish-pond
In your hands, wet and trembling and cool.
This close air is as flat as the boards
In the pond. The sky's flat on its face.
It would be fun if these stars guffawed-
But the universe is a dull place.
B.L.Pasternak
Tuesday, December 15, 2009
Vódega 2
"Don't you drink? I notice you speak slightingly of the bottle. I have drunk since I was fifteen and few things have given me more pleasure. When you work hard all day with your head and know you must work again the next day what else can change your ideas and make them run on a different plane like whisky? When you are cold and wet what else can warm you? Before an attack who can say anything that gives you the momentary well-being that rum does?... The only time it isn't good for you is when you write or when you fight. You have to do that cold. But it always helps my shooting. Modern life, too, is often a mechanical oppression and liquor is the only mechanical relief."
- E. Hemingway
- E. Hemingway
Travesti
Belle digne d'orner les antiques manoirs
Não são teus belos olhos que me prostram
Nem teu rosto, por mais jovem e belo
Mas sim tua voz, que ouço envergonhado
Enquanto me fala de sonhos e fatos
Sento-me a teu lado, e sinto-me, na verdade
Como se fosse eu, não tu, uma moça
Dessas que os chatos poetastros da arcádia
Punham sempre a enfiar rosas nos cabelos
Enquanto ouviam fascinadas a lira do poeta
Não são teus belos olhos que me prostram
Nem teu rosto, por mais jovem e belo
Mas sim tua voz, que ouço envergonhado
Enquanto me fala de sonhos e fatos
Sento-me a teu lado, e sinto-me, na verdade
Como se fosse eu, não tu, uma moça
Dessas que os chatos poetastros da arcádia
Punham sempre a enfiar rosas nos cabelos
Enquanto ouviam fascinadas a lira do poeta
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