The sky. Used to be, we looked at it, and saw these glittering, sputtering things. Stars. I think they were called stars. Anyway, now the sky's not so hot. It looks (for all the sky) quite neat, quite free of features, of movement. Do you think we killed it?
But ah! the ground and oh! the sidewalk...look how we walk and in doing so, blossoming and turning around there are flowers of shadow.
The streetlamps. I know it's the streetlamps, that all we are doing is stealing a bit of light from each, that it's them dancing around us. Not we blossoming with night, at night. But oh! and ah!
It sure looks nice.
Porcarias de minha lavra e pérolas da lavra alheia. Quando tem tradução, é minha a não ser quando indicado.
Monday, September 25, 2006
Saturday, September 23, 2006
Ghost of a letter
And I remember
Your weird mismatched eyes
Your sad face
And your smile.
Your fingertips, barely touching me.
Your fingernails, raking my skin.
The way you walked, almost as if
like the night of spacious skies.
I remember your teeth, set apart,
your legs so close together, your
neck that trembled, sometimes,
and the sound you made when sighing.
I remember so much...
Yet I've quite forgotten you.
Your weird mismatched eyes
Your sad face
And your smile.
Your fingertips, barely touching me.
Your fingernails, raking my skin.
The way you walked, almost as if
like the night of spacious skies.
I remember your teeth, set apart,
your legs so close together, your
neck that trembled, sometimes,
and the sound you made when sighing.
I remember so much...
Yet I've quite forgotten you.
Monday, September 18, 2006
Alguma operação secreta do universo
"O mar parecia uma coisa viva. A maior coisa viva que eu conhecera até então era a minha tia Dorcas, e o mar era maior do que a tia Dorcas." - LFVeríssimo
O mar sempre foi um lugar de supersticiosos. Não é difícil de saber por quê. Afinal, um treco que respira regularmente, que é maior do que todas as terras em que vivemos, e no qual se morre mais fácil do que se engorda em Oktoberfest, só pode fazer acordar em todo mundo que chega perto o "que las hay." Símbolos arcanos sempre protegeram navios e marinheiros. Os mastros de navios romanos tinham um aureus, uma moeda de ouro puro, com a cara de marte rabiscada em cima, interposta entre eles e a quilha - um pedido pra que Marte, deus padroeiro, protegesse eles dos raios de Júpiter e dos abraços das nereidas.
"Cold are the kisses which Ran's daughters, white-armed, give us." - Skafloc.
Marinheiros se tatuavam pra fugir das nereidas. Âncoras, pássaros, valia tudo que pudesse manter alguém a bordo durante uma tempestade. Morrer estripado, quando a corda-mestra da grossura de um pulso arrebentava, dançava pelo navio cortando gente, era preferível ao mistério da água, a afundar na boca da deusa Tiamat, a transformar em casamento o noivado com o mar que sempre era desculpa para fugir das namoradas de terra.
"How many barrels will thy vengeance yield thee, even if thou gettest it, Captain?" - Starbuck
Todo esse medo, misturado com a maravilha, transformou os navios em teias densas de símbolos, catedrais que não celebravam, mas trabalhavam, boiando em cima de seu Deus. O piche que calafetava as tábuas das galeaças em Tiro era benzido por cádis meio corruptos, com mais respeito pelo mar do que temor a Deus, usando o cérebro de um jumento. Cada tábua de um navio indiano tinha um cântico diferente mergulhado nela; sobre os juncos dos pescadores japoneses, caligramas caros eram pendurados. Tudo, como o dobrão invisível sob os mastros romanos, meio secreto, meio escondido. Uma símbolo que só dizia respeito à treva do abismo profundo, à luz do abismo de cima, e não a nenhum ser humano.
"Ah se eu fosse marinheiro...não pensaria em dinheiro. Teria um amor em cada porto..." - ACalcanhoto
Hoje é difícil para um marinheiro ter um amor em cada porto, não pensar em dinheiro. Um navio moderno passa menos de dez horas no porto, e trabalha em linhas pré-estabelecidas. É desenhado por computador sobre chapas de aço, faz parte de uma quase linha de montagem (quase porque uma série de navios não passa dos dois dígitos, quando muito, ao contrário dos milhões efervescentes de carros e celulares).
"Then once by men and angels to be seen..." - ATennyson
Então, nesse cinza sem alma, sempre é reconfortante saber que ainda há segredos, fundo nos cascos dos navios. Entre os cascos duplos de superpetroleiros, vivem milhões de formas de vida, num escuro segredo que só será visto pelo homem quando o navio for ao Ceilão ou Alang dar seu último suspiro. Signos - alfanuméricos - são inscritos nas peças de aço cortado, se ligando uns aos outros dentro da solda, casando as letras pra sempre, criando dentro do aço uma textura de letras fundidas, uma armadura de lógica e razão a proteger os filipinos lá dentro.
E todos os navios, para proteger seus cascos de ferro da água salgada, carregam peças que se oxidam no lugar do casco. Seu nome? Sacrifícios.
The Sea-wash never ends
The Sea-wash repeats, repeats
Only old songs? Is that all the Sea knows?
Only the old strong songs?
Is that all?
The sea wash repeats repeats.
-Carl Sandburg
O mar sempre foi um lugar de supersticiosos. Não é difícil de saber por quê. Afinal, um treco que respira regularmente, que é maior do que todas as terras em que vivemos, e no qual se morre mais fácil do que se engorda em Oktoberfest, só pode fazer acordar em todo mundo que chega perto o "que las hay." Símbolos arcanos sempre protegeram navios e marinheiros. Os mastros de navios romanos tinham um aureus, uma moeda de ouro puro, com a cara de marte rabiscada em cima, interposta entre eles e a quilha - um pedido pra que Marte, deus padroeiro, protegesse eles dos raios de Júpiter e dos abraços das nereidas.
"Cold are the kisses which Ran's daughters, white-armed, give us." - Skafloc.
Marinheiros se tatuavam pra fugir das nereidas. Âncoras, pássaros, valia tudo que pudesse manter alguém a bordo durante uma tempestade. Morrer estripado, quando a corda-mestra da grossura de um pulso arrebentava, dançava pelo navio cortando gente, era preferível ao mistério da água, a afundar na boca da deusa Tiamat, a transformar em casamento o noivado com o mar que sempre era desculpa para fugir das namoradas de terra.
"How many barrels will thy vengeance yield thee, even if thou gettest it, Captain?" - Starbuck
Todo esse medo, misturado com a maravilha, transformou os navios em teias densas de símbolos, catedrais que não celebravam, mas trabalhavam, boiando em cima de seu Deus. O piche que calafetava as tábuas das galeaças em Tiro era benzido por cádis meio corruptos, com mais respeito pelo mar do que temor a Deus, usando o cérebro de um jumento. Cada tábua de um navio indiano tinha um cântico diferente mergulhado nela; sobre os juncos dos pescadores japoneses, caligramas caros eram pendurados. Tudo, como o dobrão invisível sob os mastros romanos, meio secreto, meio escondido. Uma símbolo que só dizia respeito à treva do abismo profundo, à luz do abismo de cima, e não a nenhum ser humano.
"Ah se eu fosse marinheiro...não pensaria em dinheiro. Teria um amor em cada porto..." - ACalcanhoto
Hoje é difícil para um marinheiro ter um amor em cada porto, não pensar em dinheiro. Um navio moderno passa menos de dez horas no porto, e trabalha em linhas pré-estabelecidas. É desenhado por computador sobre chapas de aço, faz parte de uma quase linha de montagem (quase porque uma série de navios não passa dos dois dígitos, quando muito, ao contrário dos milhões efervescentes de carros e celulares).
"Then once by men and angels to be seen..." - ATennyson
Então, nesse cinza sem alma, sempre é reconfortante saber que ainda há segredos, fundo nos cascos dos navios. Entre os cascos duplos de superpetroleiros, vivem milhões de formas de vida, num escuro segredo que só será visto pelo homem quando o navio for ao Ceilão ou Alang dar seu último suspiro. Signos - alfanuméricos - são inscritos nas peças de aço cortado, se ligando uns aos outros dentro da solda, casando as letras pra sempre, criando dentro do aço uma textura de letras fundidas, uma armadura de lógica e razão a proteger os filipinos lá dentro.
E todos os navios, para proteger seus cascos de ferro da água salgada, carregam peças que se oxidam no lugar do casco. Seu nome? Sacrifícios.
The Sea-wash never ends
The Sea-wash repeats, repeats
Only old songs? Is that all the Sea knows?
Only the old strong songs?
Is that all?
The sea wash repeats repeats.
-Carl Sandburg
Sunday, September 17, 2006
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