Sempre achei - achei não, soube - que a perfeição não existia.
Sempre soube - ou talvez achei - que a imaginação superava
a realidade das coisas, e o olho do poeta, do louco, da magia
sabiam bem mais coisa do que os olhos das gentes. Achava
que se via mais fechando os olhos que com eles abertos
que o amor não era mais do que amizade, tesão e afetos.
Até que um dia essas certezas caíram, e quando abri os olhos
ouvi tua voz, deixando toda a poesia no chinelo, e pude ver
que há mais poesia do que em toda a literatura em teus joelhos.
Na curva da tua testa, no barulho que tua boca faz ao comer...
cada detalhe teu é um mundo, e te tocar por um instante é
mais alegria do que poderia imaginar em quantos séculos.
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