De volta à Garoa. Nem sinal de garoa. Ao invés disso, um calor seco traz o cheiro de milhões de escapamentos a quem ouse respirar, e faz com que gotas de suor escorram pela sua pele cheia de fumaça, traçando caligrafias improváveis enquanto descem. Caligrafias, também, na pia de porcelana quando se lava as mãos. Uma cidade de tinta, uma atmosfera escritora. Só é impossível é saber o que ela escreve; mais impossível ainda debaixo do céu de madrepérola derretida.
O cheiro dos escapamentos tentando sair de meus pulmões, de tosse em tosse. A Avenida Paulista, de perto sendo convertida ao cinza geral, pela remoção das pedras portuguesas. De longe, torres em meio à escuridão do céu, com os faróis no topo avisando ao céu para que não se meta com a cidade. Ou convidando as nuvens baixas. Nunca sei.
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