Empurro-puxando seu enorme carro,
um velho sobe uma íngreme ladeira.
Vai lhe seguindo macérrimo cachorro
no altocéu lá de muitoacima, agora
mal desponta a roseodáctila aurora
seus calos se apertam uns nos outros
escaras ziguezagueiam por seu corpo
seu sorriso é o beatífico dos loucos
bebe cachaça sem precisão de copo.
O cão lhe parece, tão velho quanto
com seus olhos fixos, grandes e azuis
denso de pulga, mosquito e carrapato;
na sua boca, menos dente do que pus.
Sobem a ladeira, pela ladeira somem
e os que olham, logo logo esquecem.
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