tenho tantos cadernos
e nada que neles escreva
e minh'alma, vazia,
se enche de demônios
inveja, cobiça, orgulho
Legião, descarnado
se posta no meu ombro
sussurrando sua letargia
as páginas, nem sempre brancas:
bege, amarelas, recicladas
mas todas imaculadas
me olham-não-olham,
a reprovação delas é muda
os cadernos vazios. quase.
soam forte quando fechados
de novo e de novo e de novo.
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