O velho balança em frente ao muro
Suas tranças são de náilon e cobre
Balança como se fosse um metrônomo
Marcando nenhum tempo, mas a eternidade.
O muro é velho e sujo. Sujo de sangue,
de lágrimas, de esperanças e mágoas.
E ao lado do velho um soldado reza
Para não morrer sem ver sua Raquel
A lua entrou em jejum, mais uma vez
Para comemorar a criação do mundo
Não se vê, no muro, traço
dos rios de sangue dos cruzados
nem dos rios de lágrimas de 70.
Traço algum. A sujeira do muro santo
é invisível como toda santidade.
Ao contrário da arma do soldado.
Ao contrário da barba do velho.
Ao contrário da criança, que pega o velho pela mão
e sorri.
3 comments:
Are you a jew?
"I am of all faiths, after a fashion."
muito muito bom :)
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