Monday, November 14, 2016

Dark with power

Li esse poema há muitos anos atrás, num livrinho que depois perdi e que provavelmente é o maior responsável pela minha americanofilia. 

Ele falava do Vietnã, falava da guerra fria. Mas talvez sirva para capturar os tempos que correm, também. 





Dark with power, we remain
the invaders of our land, leaving
deserts where forests were,
scars where there were hills.

On the mountains, on the rivers,
on the cities, on the farmlands
we lay weighted hands, our breath
potent with the death of all things.

Pray to us, farmers and villagers
of Vietnam. Pray to us, mothers
and children of helpless countries.
Ask for nothing.

We are carried in the belly
of what we have become
toward the shambles of our triumph,
far from the quiet houses.

Fed with dying, we gaze
on our might's monuments of fire.
The world dangles from us
While we gaze.


-Wendell Berry



Nosso sombrio poder, e ainda somos
invasores em nossa própria terra,
deixando desertos onde houve floresta
chagas no que já foram morros. 

Nas montanhas, nos rios
nas cidades e fazendas
nossa mão pesada cai, nosso sopro
potente com a morte de todas as coisas.

Rezai por nós, fazendeiros, aldeões
do Vietnã. Rezai por nós, mães
e filhos de países indefesos. 
Nada peçam. 

Carregados somos no ventre
daquilo que nos tornamos
rumo aos escombros de nosso triunfo.
Longe das casas tranquilas.

Cheios do morrer, olhamos para
os monumentos de fogo de nosso poderio.
O mundo, ele pende de nós
Enquanto olhamos. 

1 comment:

Madchester said...

Eu tenho alergia a americanos. rs.